terça-feira, 6 de maio de 2008

Questões ambientais e a agricultura (Final do século XX e Inicio do século XXI)

Transformações das questões ambientais e da agricultura através dos anos.

Parte III- Final do século XX e Inicio do século XXI
Em 1987, deu-se a divulgação do “Nosso Futuro Comum”, relatório da Comissão Mundial, sobre meio ambiente e desenvolvimento. Essa comissão foi criada pela ONU como um organismo independente (1983) com o objetivo de reexaminar os principais problemas do meio ambiente e do desenvolvimento, em âmbito planetário, formular propostas realistas para solucioná-las, e assegurar que o progresso humano seja sustentável através do desenvolvimento, sem comprometer os recursos ambientais para as futuras gerações.
Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – UNCED, com a participação de 170 países e teve como objetivos: examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da Conferência de Estocolmo; identificar as estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes às principais questões ambientais; recomendar medidas a serem tomadas a níveis nacional e internacional referentes à proteção ambiental através de política de desenvolvimento sustentado.
Para tornar realidade as aspirações, a Conferência aprovou a Agenda 21, documento contendo compromissos acordados pelos países signatários, que assumiram o desafio de incorporar, em suas políticas públicas, princípios que os colocavam a caminho do desenvolvimento sustentável. Para proposta de agenda foram escolhidos como temas centrais: 1. Agricultura Sustentável, 2. Cidades Sustentáveis, 3. Infra-estrutura e Integração Regional, 4. Gestão dos Recursos Naturais, 5. Redução das Desigualdades Sociais e 6. Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.
A implementação da Agenda 21 pressupõe a tomada de consciência das pessoas, sobre o papel ambiental, econômico, social e político, que desempenham em sua comunidade e exige, portanto, a integração de toda a sociedade no processo de construção do futuro, como forma de reverter um processo avançado de esgotamento dos recursos naturais.
A idéia de uma agricultura sustentável revela a insatisfação com as práticas atuais e o desejo social de outras que conservem os recursos naturais e forneçam produtos mais saudáveis, aumentando os níveis de segurança alimentar. Surge como resultado de anseios sociais por uma agricultura que não agrida o meio ambiente e a saúde humana.
Essa noção de agricultura sustentável contém a visão de um sistema produtivo que garanta a manutenção, em longo prazo, dos recursos naturais e da produtividade agrícola; o mínimo de impactos adversos ao meio ambiente; os retornos adequados aos produtores; otimização da produção com um mínimo de insumos externos; satisfação das necessidades humanas de alimentos.
José Benedicto Mello
Amigo da Escola Dinorá e
Prof. Aposentado da UNESP

A revolução industrial e a degradação ambiental (do final do século XVIII até século XX).

Transformações das questões ambientais e da agricultura através dos anos

Parte II-A revolução industrial e a degradação ambiental (do final do século XVIII até século XX).
A revolução industrial que começou na Inglaterra, entre o final do século XVIII e meados do século XIX, dando início à era dos grandes impactos ambientais. O desenvolvimento industrial, aliado ao surgimento de culturas de alta produtividade, desenvolvidas dentro do paradigma químico, a partir de 1950, desencadeia na agricultura, o processo que ficou conhecido como “revolução verde”.
O estilo de desenvolvimento adotado pela humanidade, com alto grau de industrialização e emprego de produtos químicos na agricultura, sem uma maior preocupação com os impactos negativos ao ambiente, começou a mostrar seus efeitos perversos.
Um dos primeiros grandes impactos ambientais foi à tragédia de Londres em 1952, quando o ar densamente poluído de Londres provocou a morte de 1.600 pessoas, desencadeando o processo de conscientização a respeito da qualidade ambiental.
Em 1962, ocorreu o primeiro grande alerta relativo à degradação ambiental, com o lançamento do livro “Primavera Silenciosa”, da jornalista Rachel Carson que viria a se tornar um clássico na história do movimento ambientalista, desencadeando uma grande inquietação internacional sobre a perda de qualidade de vida. Entre muitas denúncias de contaminações, relata-se que resíduos do agrotóxico BHC, foram detectados até em pingüins no pólo norte.
Em 1972, o Clube de Roma publica o relatório “Os Limites do Crescimento”, que estabelecia modelos globais baseados nas técnicas pioneiras de análise de sistemas. O documento denunciava a busca incessante do crescimento da sociedade a qualquer custo, e a meta de se tornar cada vez maior, mais rica e poderosa, sem levar em conta o custo final deste crescimento.
Neste mesmo ano ocorre a Conferência Mundial de Estocolmo sobre o Ambiente Humano: atendendo à necessidade de estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem de inspiração e orientação à humanidade, para a preservação e melhoria do ambiente humano. A Conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano, dando orientação aos governos.
O crescente consumo esta levando a humanidade a um limite de crescimento, possivelmente a um colapso, pois a maioria dos recursos utilizados para satisfazer as nossas necessidades é finita. Os políticos não estão levando em consideração as observações de respeito ao meio ambiente. Entretanto, o objetivo de alertar os homens da necessidade de maior prudência nos estilos de desenvolvimento, foi atingido.

José Benedicto Mello
Amigo da Escola Dinorá e
Prof. Aposentado da UNESP

Origem do Universo e a história da espécie humana.

Origem e transformações das questões ambientais e da agricultura através dos anos

Parte I- Origem do Universo e a história da espécie humana.
Falar sobre questões ambientais é falar sobre a história da espécie humana. E essa história começa com a origem do Universo que, segundo a teoria científica mais aceita, ocorreu há cerca de 15 bilhões de anos, com uma grande explosão, conhecida como Big-Bang.
Após aproximadamente 10,5 bilhões de anos, surge o planeta terra, como resultado do acúmulo e individualização de parte da poeira cósmica, originária daquela explosão. E a vida na Terra torna-se viável, com a formação da biosfera, há um bilhão de anos, que é, como o próprio nome já diz, a esfera da vida. É uma camada de 20 km de espessura, que fica compreendida entre a maior profundidade dos oceanos, até 10 mil metros de altitude, até onde ainda existe vestígios de vida. A espécie humana surgiu há, aproximadamente, dois milhões de anos, um tempo muito recente se comparado com a origem do universo. Na seqüência desta história, o próximo evento de grande importância, foi o surgimento da agricultura, que ocorreu a 10 mil anos, quando o Homem deixa de ser nômade e passa a cultivar o solo, produzindo o seu próprio alimento.

José Benedicto Mello
Amigo da Escola Dinorá e
Prof. Aposentado da UNESP

Mandamentos e Compromissos para os Amantes da Natureza

1 – Proteger a Natureza e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.
2 – Preservar a Flora e a Fauna silvestres contribuindo para evitar a extinção das espécies.
3 – Dar preferências a biodegradáveis, além de racionalizar o consumo da água e de energia.
4 – Adotar a coleta seletiva de lixo e outros materiais recicláveis.
5 – Denunciar violações ambientais às autoridades competentes, tais como Política Florestal, Ibama e ONGs especializadas.
6 – Procurar plantar a maior quantidade de árvores.
7 – Auxiliar a população na obtenção de sementes e mudas.
8 – Incentivar o amor a Natureza nas crianças, no círculo de amigos, na comunidade e na Internet.
9 – Trabalhar pela melhoria da qualidade de vida na sua comunidade.
10 – Reservar um tempo para dedicar a Natureza, presenteando a si mesmo com momentos de meditação e tranqüilidade.

A relação intima entre sociedade e natureza.

Avaliação de Impactos Ambientais: Um Instrumento para a Sustentabilidade das Atividades Agropecuárias
Parte I – A relação intima entre sociedade e natureza.
Dentre as atividades humanas, as atividades agropecuárias destacam-se como uma das que mais relacionam intimamente sociedade e natureza (MMA, 2000).
Os impactos positivos da agropecuária como oferta de alimentos e produtos essenciais à vida humana, geração de empregos e fixação do homem no campo são evidentes e de grande importância para a sociedade. No entanto, a agropecuária se utiliza e/ou interfere nos recursos naturais podendo provocar impactos ambientais negativos, sendo considerada uma atividade potencialmente degradadora e/ou poluidora do meio ambiente (FERREIRA, 2000).
Nas últimas décadas, as alterações ambientais causadas pelas atividades agropecuárias se intensificaram devido às políticas agrícolas que consideravam apenas o aumento da produtividade, de competitividade e de lucro (PESSOA et al, 1997). A agricultura moderna é caracterizada como de capital intensivo, larga escala, sistema altamente mecanizado, incorporando técnicas de manejo de solo e melhoramento genético com cultivos de monocultura e uso extensivo de fertilizantes artificiais e pesticidas (SMITH & MacDONALD, 1998, FILIPPO, 2000).
A idéia de uma agricultura sustentável revela a insatisfação da sociedade com o modelo de agricultura moderna e indica o desejo por sistemas de produção que conservem os recursos naturais e que, ao mesmo tempo, forneçam produtos mais saudáveis, sem comprometer os níveis tecnológicos de segurança alimentar (MMA, 2000).
Ao mesmo tempo, as demandas para a produção de alimentos estão cada vez maiores, exercendo forte pressão sobre os recursos naturais. No Brasil, a demanda por alimentos, fibras, celulose e outras matérias-primas de origem agrícola ainda é crescente e deverá manter esta tendência no médio prazo. Para atender essa demanda crescente nesse novo século há duas alternativas: expansão da fronteira agropecuária ou aumento de produtividade nas áreas já utilizadas. Qualquer uma dessas alternativas pode acarretar impactos adversos ao meio ambiente. Para tentar reduzir ou evitar esses impactos é necessário adotar novas metodologias e conceitos baseados no paradigma da sustentabilidade (CAMPANHOLA JÚNIOR, L. 2001). Esse termo tem sido definido como um caráter essencial para um desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente, dentro do limite de capacidade suporte dos ecossistemas sem comprometer a satisfação das gerações futuras.
José Benedicto Mello
Amigo da Escola Dinorá e
Prof. Aposentado da UNESP